sexta-feira, 28 de maio de 2010

Post Técnico - Antimônio, ou melhor o Zamac.

Olá Visitante.
Este post apresentará algumas informações sobre uma liga metálica muito polêmica - o zamac.
Em primeiro lugar é preciso acertar o nome, muitas pessoas confundem o zamac com o antimônio. O antimônio é um elemento químico (vide tabela periódica), nem mesmo é um metal e sim um semi-metal.
Em sua composição existe alumínio, chumbo, zinco (em maior quantidade), estanho, cobre, magnésio, entre outros.
O nome zamac vem de Zinco, Alumínio, MAgnésio, Cobre.
Este material foi largamente utilizado na indústria automotiva, mas hoje tem seu uso em menor escala dando espaço a materiais poliméricos, metais ferrosos e alumínio.
Em nossos queridos antigos, diversas peças são compostas por esse material.
Aí começa o "problema". Peças externas ou internas em contato com o ar atmosférico estão sujeitas ao envelhecimento e desagregação da liga. Um grande vilão desse processo é o hidrogênio: ele é responsável pelas bolhas que encontramos nas peças. Imaginem a estrutura da peça ampliada milhões e milhões de vezes: o hidrogênio se movimenta através dessa estrutura sempre buscando abandonar a peça, mas ao alcançar a periferia encontra uma camada de cobre+níquel+cromo. Então o que acontece? Aquele gás começa a se acumular e formar um bolsão que viram essas bolhas que conhecemos bem.
Por isso mesmo se recromarmos uma peça, podem recorrer bolhas, ou poros que são resquícios dos bolsões. Aí que algumas empresas insistem em dizer que este material é tão "ruim".
Solução? Não existe muita coisa a se fazer. A peça tem validade mesmo.
Mas nem tudo está perdido: Uma forma de amenizar é após remover as camadas superiores, submeter a peça a um processo que ajude o hidrogênio de dentro da peça a sair. É isso que fazemos para tentar dar uma sobrevida as peças. Já tive casos de peças na embalagem original (não era hermética) com bolhas.
Por isso muitas vezes o resultado de uma restauração não chega a ser nota 10, somente com uma peça construída nova de outro material para resolver o problema, afinal não esqueçam que na época nossos carros estavam em uma linha de produção com demanda, prazos e principalmente custos a serem seguidos.
Abraços a todos e obrigado pela visita.

3 comentários:

  1. Muito legal essa postagem!
    Até que enfim alguém explicou o porque das malditas bolinhas, ou caries como chamo depois que as mesmas estouram!!!

    Abração...

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  2. Muito bom! Parabéns pelo conteúdo!

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  3. Exelente post, Amigo.
    Tenho uma dúvida: É possível soldar o zamac? Se sim, por qual processo seria mais indicado?

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